O Relatório Global de Empreendedorismo Feminino 2024/2025, produzido pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), evidencia o crescimento da liderança das mulheres na criação de soluções inovadoras e sustentáveis, especialmente na área da saúde. O documento aponta tendências que reforçam o papel das mulheres como protagonistas do desenvolvimento econômico e social.
Segundo a versão do relatório Remodelando Economias e Comunidades, da mesma organização, as percepções empreendedoras entre mulheres aumentaram 79% nas oportunidades de negócios percebidas e 27% nas habilidades para criação de startups nas últimas duas décadas. O avanço feminino, contudo, vai além da criação de empresas: abrange também a liderança em pesquisa científica, a gestão em saúde e a formulação de novos modelos de cuidado, áreas que demandam rigor técnico, inovação e empatia.
Economia do cuidado: um novo motor global
Esse movimento de expansão se insere em um contexto global no qual o empreendedorismo feminino é reconhecido como um dos pilares da chamada economia do cuidado, conceito que valoriza atividades voltadas ao bem-estar, à saúde, à educação e à sustentabilidade social. O termo traduz uma mudança de paradigma: o desenvolvimento econômico está cada vez mais ligado à capacidade de cuidar.
O relatório The Future of Jobs 2025, do World Economic Forum, identifica a economia do cuidado entre as áreas com maior crescimento projetado até 2030, impulsionada por avanços tecnológicos e pelo envelhecimento populacional.
Para Ana Gabriela Baptista, empreender na área da saúde é um ato de propósito e transformação. cofundadora da Go Botanicals, nos Estados Unidos, e, aqui no Brasil, CEO da TegraPharma, diretora da Vigo Academy, pesquisadora em terapias canabinoides, perita judicial e consultora técnica, ela representa uma geração de mulheres que unem ciência, gestão e sensibilidade humana para redefinir os rumos da inovação em saúde. Segundo ela, uma liderança real integra conhecimento científico, visão empreendedora e compromisso social, impulsionando projetos que conectam pesquisa, desenvolvimento e bem-estar.
"A economia do cuidado é, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade para o empreendedorismo feminino. Liderar nesse cenário significa transformar empatia em estratégia, ciência em inovação e propósito em resultado, é fazer do cuidado um modelo de negócio sustentável e de impacto global", afirma.
Impacto econômico e social da liderança feminina
Segundo o Banco Mundial, investir na igualdade de gênero e ampliar o acesso das mulheres à liderança e à inovação pode elevar o Produto Interno Bruto (PIB) global em até 20%. Além de impulsionar o crescimento econômico, esse avanço está associado à melhoria de indicadores de saúde, educação e inclusão social.
Para Ana Gabriela, o fortalecimento de empreendedoras em setores estratégicos, como saúde e biotecnologia, não é apenas um fenômeno social, mas uma estratégia de desenvolvimento sustentável, capaz de equilibrar progresso econômico e impacto humano em escala global.
"A presença feminina em posições de liderança na saúde redefine o próprio conceito de empreender. Empreender é gerar valor social, aprimorar a qualidade dos serviços e introduzir novos paradigmas de gestão centrados no paciente e na ciência. Cada mulher que empreende contribui para elevar o padrão do cuidado, impulsionar a economia do conhecimento e reposicionar o Brasil no mapa da saúde e da biotecnologia", pontua.
Mulheres empreendem com propósito e inovação
O protagonismo feminino na saúde vem sendo medido por números e resultados concretos. Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) indica que as mulheres representam 56% dos empregadores de microempresas e 51% das pequenas empresas nos setores de saúde, educação e serviços sociais.
Esses dados reforçam a importância das mulheres na estrutura da economia do cuidado, ao criarem modelos de gestão que priorizam qualidade de vida, inovação tecnológica e humanização nas relações de trabalho. "Empreender na saúde é um ato de coragem. As mulheres que empreendem hoje estão construindo o futuro da medicina e da ciência com base em empatia, tecnologia e propósito", destaca Ana Gabriela.
Essa visão também se reflete em áreas emergentes, como a Cannabis medicinal, segmento que, segundo a executiva, demanda constante atualização científica e responsabilidade terapêutica. "No contexto da Cannabis medicinal, as mulheres têm contribuído para práticas mais éticas, personalizadas e sustentáveis, colocando o paciente no centro das decisões terapêuticas", complementa.
Cenário global e novos paradigmas de liderança
A presença feminina em cargos estratégicos também cresce em escala internacional. Segundo o Women Business Collaborative (WBC) e o Axios Report 2025, 55 mulheres ocupam posições de CEO em empresas da Fortune 500, representando 11% do total, maior número já registrado. Embora a paridade ainda esteja distante, esse avanço aponta para uma reconfiguração do papel das mulheres em setores de alta complexidade, como saúde, biotecnologia e inovação científica.
Para Ana Gabriela, o fortalecimento da presença feminina em empreendedorismo, pesquisa e gestão na saúde representa uma mudança estrutural com impacto direto na qualidade dos serviços, dos produtos e na construção de novos paradigmas de cuidado. Ao unir ciência, empatia e inovação, mulheres estão moldando uma nova era para o setor da saúde mais humano, colaborativo e sustentável.
"Cada mulher que empreende, pesquisa, é CEO ou coordena projetos de inovação contribui para elevar o padrão do cuidado, impulsionar a economia do conhecimento e reposicionar o Brasil no mapa global da saúde e dos negócios", conclui.
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