A Medicina do Estilo de Vida, abordagem médica baseada em evidências cujo intuito é a prevenção e o tratamento de doenças por meio da mudança de hábitos, vem ganhando espaço com a escalada das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), relacionadas a comportamentos pouco saudáveis. Segundo o relatório “NCDs at a Glance 2025”, publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), óbitos relacionados a essas doenças aumentaram 43% nas Américas desde 2000, chegando a 6 milhões em 2021. O mesmo documento demonstrou que as DCNT são a principal causa de morte na região, sendo 40% delas antes dos 70 anos.
Nesse cenário, a MEV Brasil, organização dedicada à educação em Medicina do Estilo de Vida no país, vem assumindo um papel estratégico. Após lançar formações capacitantes há sete anos, a instituição criou, em 2025, um ecossistema completo, reunindo a escola, uma editora focada em Medicina do Estilo de Vida, um instituto de pesquisa e uma conferência de grande porte sobre o tema na América Latina. Com essa integração, a instituição pretende consolidar o Brasil como referência em mudança de comportamento de saúde.
O fundador Luiz Carlos de Oliveira, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), explica como a marca surgiu. “Nosso sistema de saúde possui um grande desafio: profissionais insuficientemente preparados para lidar com condições relacionadas ao estilo de vida, como obesidade, hipertensão, ansiedade, diabetes tipo 2, etc. Isso é consequência do modelo de gestão de cuidados ensinado e praticado; é um modelo transversal e fragmentado. A Medicina do Estilo de Vida oferece um modelo longitudinal de apoio focado na mudança de hábitos, com técnicas baseadas em evidências”.
A Medicina do Estilo de Vida pode ajudar a reduzir o número de comorbidades e mortes por DCNTs, uma vez que a mudança de comportamento é uma das principais formas de prevenção e tratamento nestes casos. A abordagem fornece a médicos e pacientes ferramentas mais eficazes para lidar com os desafios clínicos e as dificuldades de adesão aos novos hábitos. “Os médicos têm dificuldades em traduzir e implementar seus conhecimentos para os pacientes. Ou seja, sabem que sugerir uma dieta saudável e exercícios, com boas noites de sono, mas não sabem como conseguir mudanças efetivas e estáveis no estilo de vida do paciente”, pontua.
Para facilitar a jornada, a MEV Brasil desenvolveu soluções voltadas ao apoio da prática clínica, como o MEVPlan, software de avaliação e gestão de planos individualizados voltado ao acompanhamento clínico de hábitos de vida para médicos.
Desde a criação da instituição, suas formações têm provocado mudanças significativas na prática médica, em que os médicos relatam melhora nas habilidades clínicas, maior senso de competência diante de situações emocionalmente desafiadoras e evolução no modelo de gestão dos consultórios. “Após a MEV Brasil, os médicos percebem maior empatia com o paciente, mais assertividade nas estratégias de mudança e condução de casos, levando à fidelização do paciente”, destaca Luiz.
Como a escola se transformou em ecossistema
Para além das formações, a MEV Brasil desenvolveu iniciativas complementares para ampliar seu impacto. Neste ano, lançaram a MEVBooks, editora focada em Medicina do Estilo de Vida. De acordo com o publisher Rodrigo Simonsen, a proposta é estimular transformações sustentáveis por meio de obras claras e aplicáveis ao cotidiano.
O primeiro lançamento, “Cardiologia do Estilo de Vida”, sistematiza a aplicação da MEV na cardiologia — área que mais registra óbitos no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A obra fornece diretrizes claras para médicos sobre a prevenção e o tratamento de doenças cardíacas por meio dos pilares da MEV, destacando desde os riscos associados ao consumo de substâncias tóxicas até os benefícios de interações sociais para a saúde do coração. Para 2026, a instituição prepara lançamentos de especialidades diversas, como neurologia, ginecologia, oncologia e endocrinologia.
Pensando em posicionar o Brasil como líder global na produção de conhecimento de Medicina do Estilo de Vida, a escola também lançou o Instituto de Pesquisa em Medicina do Estilo de Vida (IPMEV). Para Antonio Gabriele Laurinavicius, diretor científico do instituto, a pesquisa funciona como “um autêntico acelerador de futuro”, capaz de orientar políticas públicas, práticas clínicas e programas de inovação. “O instituto nasce para gerar evidências robustas, contextualizadas à realidade brasileira, e que orientem políticas, inovação e prática clínica”, afirma.
Por fim, em 2025, a MEV Brasil também realizou a primeira edição do MEV Global, conferência que reuniu mais de 600 especialistas do Brasil e do mundo para discutir o papel dos hábitos cotidianos na prevenção e no tratamento de doenças crônicas. O evento, realizado em São Paulo, marcou a entrada definitiva do país no debate global sobre saúde preventiva. A edição de 2026 já está confirmada.
Com essas frentes integradas, a MEV Brasil segue desenvolvendo iniciativas relacionadas ao cuidado em saúde, baseadas em ciência — um modelo que coloca a mudança de comportamento e a saúde integral no centro da prática clínica contemporânea. “Queremos desenvolver um novo paradigma de cuidado em saúde no Brasil, com soluções para enfrentar os maiores desafios do nosso sistema e apoiar médicos nessa jornada”, finaliza Luiz.
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