A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes realizou, na noite desta terça-feira (14), uma audiência pública para debater o Plano Plurianual (PPA) 2026–2029. O encontro foi organizado pela Comissão Permanente de Finanças e Orçamento, presidida pelo vereador Vitor Emori (PL), e contou com ampla participação de parlamentares, representantes da administração municipal e munícipes.
Compuseram a mesa diretiva os vereadores Rodrigo Romão (PCdoB) e Pedro Komura (União Brasil), além do presidente da Câmara, Francimário Vieira (PL), o Farofa. Também participaram da audiência os vereadores Inês Paz (PSOL), Osvaldo Silva (REP), Iduigues Martins (PT) e Johnross (PRD).
Plano de médio prazo com seis eixos e 189 ações
O secretário municipal de Finanças, Robson Senziali, apresentou o conteúdo do Projeto de Lei nº 165/2025, que estabelece as diretrizes e metas do PPA. O documento define seis eixos estratégicos, 189 ações e 17 objetivos de médio prazo para o desenvolvimento do município.
“O PPA não é composto por secretarias, e sim por objetivos estratégicos. Ele prevê, para a administração direta e indireta, 189 ações que, em quatro anos, deverão consumir R$ 12,7 bilhões de receitas e despesas. Todo o teor da propositura está disponível no site da Câmara para consulta pública”, explicou Senziali.
Entre as metas previstas estão a ampliação do acesso à educação infantil, a universalização da pré-escola, a expansão de escolas de tempo integral, o fortalecimento da rede pública de saúde e a modernização da infraestrutura urbana. A gestão também destacou como prioridade a primeira infância — de zero a seis anos de idade.
Propostas apresentadas durante a audiência
Diversas contribuições foram apresentadas por cidadãos e vereadores. O estudante Tailor Mendes sugeriu a criação de uma Universidade Municipal ou de um programa de financiamento estudantil local. “Educação não é gasto, e sim investimento. Se não for possível criar a instituição, que se pense em um Fies municipal”, afirmou.
A vereadora Inês Paz (PSOL) propôs políticas específicas de saúde para pessoas negras e mulheres trans, além da criação de uma Escola de Formação para a Guarda Municipal. O vereador Johnross (PRD) defendeu a inclusão das hortas comunitárias no eixo de sustentabilidade do plano.
Já o vereador Iduigues Martins (PT) chamou atenção para os investimentos em habitação e meio ambiente. “O programa ‘Habita Mogi’ está perdendo valor de investimento. Também achei muito baixo o valor destinado à Defesa Civil e à mitigação das mudanças climáticas”, observou.
Recomendações e considerações dos parlamentares
O vereador Osvaldo Silva (REP) destacou a importância de garantir recursos para assistência social e para a população idosa. Pedro Komura (União Brasil) defendeu maior articulação política para captar verbas estaduais e federais. “O orçamento é limitado; precisamos buscar mais investimentos externos”, disse.
Rodrigo Romão (PCdoB) ressaltou a necessidade de ampliar o Programa Saúde da Família. “Hoje ele atende cerca de 20% da população, quando o ideal seria chegar a 70%. É essencial fortalecer a atenção básica”, afirmou.
Durante a audiência, Gustavo Don, representante do Fórum Mogiano LGBT, alertou sobre o aumento dos casos de homofobia e cobrou a inclusão de ações específicas no PPA. “É um plano de quatro anos. Não podemos aceitar metas tão genéricas; é preciso detalhar”, declarou.
Encerramento e próximos passos
O presidente da Câmara, Francimário Vieira (Farofa), agradeceu a presença do público e ressaltou a abertura ao diálogo. “Queremos discutir cada proposta. A Câmara está à disposição para aprimorar o plano”, afirmou.
Ao encerrar os trabalhos, o vereador Vitor Emori (PL) destacou que o PPA poderá ser revisado futuramente. “Os valores e metas podem ser atualizados conforme a conjuntura. O PPA servirá de base para a LDO e a LOA”, explicou.