Segundo a J.P. Morgan Asset Management, 2025: a análise de crédito profunda e a seleção criteriosa de títulos tornaram-se ainda mais cruciais neste ciclo de mercado, evidenciando que a análise fundamentalista vem ganhando destaque em um momento de forte incerteza global, juros elevados e valorização de ativos defensivos, como o ouro. Para a Meelion, wealthtech especializada em renda fixa, compreender fundamentos não é exclusividade do mercado de ações: também é possível aplicar essa lógica na renda fixa, avaliando a saúde financeira de empresas emissoras de títulos como Debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis do Agronegócio.
"Os dados técnicos são a única forma de enxergar o real risco de crédito de um emissor. Olhar apenas a taxa é como dirigir de olhos fechados — a análise fundamentalista abre o painel de controle para o investidor", destaca Dan Marks Printes, CEO da Meelion.
O método se baseia em indicadores contábeis e operacionais — como EBITDA, Dívida Líquida e Patrimônio Líquido — para estimar a capacidade do emissor de honrar pagamentos e medir seu grau de alavancagem financeira. Diferentemente da análise técnica, que observa tendências gráficas, a análise fundamentalista revela a estrutura econômica e a resiliência real do emissor. O método busca antecipar riscos de inadimplência e auxiliar na precificação do retorno esperado.
Para apoiar decisões em renda fixa, de acordo com a Meelion, compreender o negócio por trás do título é essencial. No blog da empresa, análises recentes aplicam um modelo quantitativo próprio que sintetiza a saúde financeira de cada emissor. A fórmula considera três relações principais: a primeira é Dívida Líquida sobre EBITDA, que indica quantos anos de lucro operacional seriam necessários para quitar a dívida líquida — abaixo de três anos é empresa segura; acima de cinco, sinal de alerta. A segunda é Dívida Líquida sobre Patrimônio Líquido, que mede o grau de alavancagem financeira — abaixo de 1 indica endividamento controlado; acima de 2, dependência excessiva de capital de terceiros. A terceira variável é a Margem EBITDA, que avalia a eficiência operacional e a capacidade de gerar lucro a partir das receitas.
A partir desses indicadores, a Meelion desenvolveu uma equação ponderada que equilibra o peso de cada variável na determinação do risco total do emissor. O índice final de segurança é calculado combinando três componentes: metade do peso é atribuída ao inverso da margem EBITDA, refletindo a eficiência operacional; um quarto considera a relação entre dívida líquida e EBITDA, indicando a capacidade de pagamento da dívida com geração de caixa; e o quarto restante corresponde à relação entre dívida líquida e patrimônio líquido, que mede o nível de alavancagem financeira da empresa. A soma ponderada desses fatores resulta no Índice de Segurança utilizado nas análises da Meelion.
Quanto menor o resultado, mais segura é a empresa. Valores próximos de 1 indicam boa segurança; acima de 2, risco elevado.
Por exemplo, se uma empresa apresenta Dívida Líquida de R$ 10 bilhões, EBITDA de R$ 5 bilhões, Margem EBITDA de 30% e Patrimônio Líquido de R$ 8 bilhões, o resultado da fórmula seria cerca de 1,2, indicando um perfil razoavelmente seguro. Essa leitura ajuda a avaliar se o rendimento proposto está coerente com o risco.
A Fórmula é aplicada nas análises publicadas semanalmente no blog, aproximando a leitura técnica do investidor comum e ampliando o entendimento sobre os fundamentos por trás de cada ativo. Segundo Printes, "nosso objetivo é que o investidor consiga comparar títulos de forma justa, usando dados e não apenas percepções. A análise fundamentalista torna a renda fixa mensurável".
O contexto global reforça essa necessidade. Guerras comerciais, tensões geopolíticas e ciclos de aperto monetário nos principais bancos centrais elevaram a volatilidade e provocaram fuga para ativos considerados seguros. No entanto, mesmo esses mercados sofreram oscilações intensas. Em outubro de 2025, o ouro atingiu US$ 4.200 por onça, recorde histórico, enquanto os títulos do Tesouro americano alternaram altas e quedas diante das incertezas sobre os juros futuros.
"A análise fundamentalista em renda fixa nunca foi tão importante. Em um mundo tensionado por crises geopolíticas e desequilíbrios fiscais, entender o emissor e sua capacidade de resistir a choques é o que protege o patrimônio", afirma Eduardo Horvath, CPO e cofundador da Meelion.
Para investidores brasileiros, isso é ainda mais relevante: com a Selic elevada, a renda fixa ganhou espaço nas carteiras. De acordo com a XP Investimentos, o número de pessoas físicas investindo em renda fixa cresceu 15% em 2023, alcançando 17,1 milhões de investidores, um recorde histórico. O levantamento mostra que muitos aplicam buscando segurança, mas ainda se baseiam principalmente nas taxas aparentes, sem avaliar os fundamentos por trás de cada título. A Meelion alerta que essa superficialidade pode ser perigosa, especialmente em um ambiente de desaceleração econômica e pressão inflacionária.
Na prática, a análise fundamentalista propõe uma visão abrangente: identifica oportunidades reais, expõe fragilidades e ajuda a navegar com mais segurança. A Meelion defende que estudar os fundamentos ajuda o investidor a compreender melhor o próprio risco. Na comparação entre investimentos, a leitura técnica dos fundamentos auxilia o investidor a basear suas escolhas em dados e não apenas em percepções.
"Em um cenário de incertezas, juros elevados e valorização do ouro, confiar apenas em gráficos e projeções pode não refletir todo o contexto do mercado", afirma Dan Marks Printes, CEO e fundador da Meelion. "O estudo técnico e financeiro do emissor tem ganhado importância como forma de compreender o risco envolvido e a consistência dos retornos. Na renda fixa, entender os fundamentos contribui para decisões mais bem embasadas, especialmente em períodos de instabilidade", completa.
Negócios IA transforma a cotação e o preço do seguro auto
Negócios Judicialização médica cresce e eleva busca por seguros
Negócios Amil é premiada no Melhor RH Brasil 2025
Negócios Comércio de dispositivos médicos cresce no Brasil
Negócios Agência Nagase expande atuação digital no setor imobiliário
Negócios Reforma tributária altera regras do comércio exterior Brasil Mín. 15° Máx. 30°
Mín. 11° Máx. 24°
Parcialmente nubladoMín. 10° Máx. 26°
Tempo limpo