Em um momento em que a COP30 reforça a urgência por cidades mais sustentáveis, o Governo de São Paulo apresenta avanços no uso de tecnologia para identificar infrações ambientais e orientar o planejamento territorial. Levantamento amostral realizado a partir do Sistema de Monitoramento por Satélites (SMAS), que monitora áreas sensíveis via satélite, indica que 65% dos municípios e órgãos estaduais que aderiram à ferramenta autuaram irregularidades em até 30 dias após receberem alertas entre outubro de 2024 e março de 2025. No período, foram aplicados embargos ou multas em 122 pontos verificados em campo. Os municípios de Mogi das Cruzes, São Lourenço da Serra e São Sebastião lideram o volume de autuações.
No período de amostragem, foram emitidos 3.102 alertas, que resultaram em 368 vistorias presenciais, 122 autuações por embargo ou multa e 231 confirmações de situação regular. Entre os municípios e órgãos que responderam ao levantamento, 35% iniciaram análise ou planejamento de vistoria em até 15 dias após o recebimento dos alertas, e 29,5% entre 16 e 30 dias.
Para a equipe técnica, o desempenho reflete um modelo de governança mais cooperativo, em que Estado e municípios compartilham dados e responsabilidades. A prática é vista como essencial para transformar monitoramento em políticas públicas mais assertivas e planejadas, tema central nas discussões globais sobre o clima e sustentabilidade.
Os resultados serão apresentados pela primeira vez aos municípios integrantes nesta segunda (17), com discussão de metas, desafios e o fortalecimento da integração institucional.
Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) e pelo Instituto Geográfico e Cartográfico de São Paulo (IGC-SP), o SMAS monitora atualmente 79 municípios no litoral norte e nas regiões metropolitanas da Baixada Santista, Campinas, Jundiaí e da Grande São Paulo.
O sistema apoia ações ambientais e urbanas, oferecendo evidências para atuação de órgãos públicos e contribuindo para ações preventivas, integradas e planejadas, e tem sido utilizado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), que cruza os dados para atuações. A pasta, por meio da Diretoria de Proteção e Fiscalização Ambiental (DPFA), recebeu no período de amostragem (outubro de 2024 e março de 2025) 2.804 alertas, realizou 39 vistorias em campo e constatou que 24 áreas estavam regulares. Outras 15 resultaram em autuação ou embargo, e em 4 casos foi aplicada compensação ambiental. Além dos órgãos vinculados à SEMIL, a CPTM e a Defesa Civil do Estado também utilizam o sistema
Criado em setembro de 2023, após as enchentes e deslizamentos no litoral norte, o SMAS tem se consolidado como ferramenta de inteligência territorial. Em dois anos, acumulou cerca de 20 mil alertas emitidos, com 856 usuários cadastrados e mais de 8,7 mil acessos. Os alertas geraram centenas de vistorias e diversas autuações nos municípios participantes.
Entre outubro de 2023 e maio de 2025, por exemplo, o sistema mapeou 11.788 áreas, abrangendo 4,6 mil hectares. Nesse período, foram identificadas 7.547 novas edificações em possíveis áreas irregulares; 1,7 hectares de terrenos limpos, equivale à soma de quase 2 mil campos de futebol, indicando preparação para novas ocupações; 709 hectares de corte raso, o que representa o tamanho de sete parques Ibirapuera; e 40 hectares de abertura de vias em áreas ambientais. No Litoral Norte, no mesmo intervalo, foram mapeadas 1.065 áreas, com 34,44 hectares de corte raso.
A partir dos alertas emitidos, os municípios passaram a intensificar as vistorias em campo, confirmar irregularidades apontadas por satélite e adotar medidas imediatas, como autos de infração, embargos e aplicação de multas.
O que é o SMAS
Desenvolvido pela SDUH e pelo IGC-SP em contrato com a SCCON, o Sistema de Monitoramento de Alertas por Satélite (SMAS) integra o Programa Brasil M.A.I.S., da Polícia Federal. A ferramenta cobre uma área de 17,6 mil km² nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Jundiaí, além do litoral paulista.
O sistema identifica quatro tipos de ocorrência:
– Desmatamento – Corte Raso: supressão total de vegetação.
– Desmatamento – Abertura de Vias: remoção de vegetação para criação de acessos.
– Limpeza de Terreno: remoção de vegetação remanescente em áreas já desmatadas, muitas vezes vinculada a ocupações irregulares.
– Ocupação – Construções: detecção de novas edificações em áreas naturais.
São Paulo Portal Trampolim oferece 3,2 mil vagas em cursos profissionalizantes gratuitos no estado de São Paulo
São Paulo SP promove seminário para debater segurança alimentar e políticas de combate à fome
São Paulo IPVA 2026: veja datas de pagamento e como obter desconto
Geral CNU 2025: 46,06% dos aprovados para 2ª fase concorrem por cotas
Geral Caminhos da Reportagem analisa ação policial mais letal do país
São Paulo São Paulo registra queda de 10,6% nas mortes no trânsito em outubro Mín. 18° Máx. 24°
Mín. 17° Máx. 29°
ChuvaMín. 12° Máx. 24°
Tempo limpo