Para o turista que aprecia música de concerto (também conhecida como música clássica), o Estado de São Paulo oferece diversas opções de programação para todos os gostos e bolsos. São quartetos de cordas, formações de câmara que interpretam música medieval com instrumentos antigos e grandes orquestras — sinfônicas e filarmônicas —, todas com a missão de difundir cultura e encantar corações e mentes com as notas musicais.
Dentro das comemorações do Dia Internacional da Música, celebrado nesta quarta-feira (1) — data instituída em 1975 com apoio da UNESCO, para a promoção e difusão da música em todo o mundo —, a Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP) destaca cinco teatros paulistas, no interior e na capital, com suas orquestras, músicos e regentes. É um universo que pode parecer distante do público, mas não é.
A compositora, professora e multi-instrumentista paulistana Dione Soares tem formação em conservatório e já trabalhou com uma orquestra da capital, atuando como arquivista, coralista e regente assistente. Ela explica as principais seções de uma orquestra: “Temos quatro naipes principais: cordas (violinos, violas, violoncelos, contrabaixos e harpa), madeiras (flautas, oboés, clarinetes, fagotes), metais (trompas, trompetes, trombones, tubas) e percussão (tímpanos, pratos, caixas). Além desses, podem se somar instrumentos de teclas, como piano, cravo e órgão.”
Segundo Dione, a experiência de integrar uma orquestra é enriquecedora tanto no âmbito pessoal quanto no profissional. “Como pessoa, porque são muitos músicos trabalhando juntos por um propósito: fazer aquele som acontecer com a maior qualidade possível”, explica. Já como musicista, participar de uma orquestra “faz crescer muito, por conta do repertório, do desenvolvimento técnico, da leitura de partitura. É uma vivência que traz muitos benefícios e amadurecimento profissional”, acrescenta. Para começar a música, é o maestro quem ergue a batuta.
Projetado no estilo eclético pelos arquitetos Ramos de Azevedo, Claudio Rossi e Domiziano Rossi, o majestoso Theatro Municipal foi inaugurado em 1911, no centro da capital paulista. É um dos principais cartões-postais da cidade e considerado um dos mais importantes teatros do país. Em seu palco, no Carnaval de 1922, ocorreu a Semana de Arte Moderna, evento que marcou um divisor de águas na cultura brasileira com a participação de Mário de Andrade, Villa-Lobos, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e outros artistas.
Grandes nomes da música passaram pelo Municipal, entre eles Enrico Caruso, Maria Callas, Arturo Toscanini, Francisco Mignone, Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Magdalena Tagliaferro, Guiomar Novaes, Claudio Arrau e astros do jazz como Duke Ellington e Ella Fitzgerald. A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (OSM) é um dos corpos artísticos da casa, que abriga vasta programação de concertos e óperas.
A imponente Sala São Paulo
integra o Complexo Cultural Júlio Prestes, antiga estação ferroviária. Inaugurada em 1999, foi considerada em 2015, pelo jornal The Guardian, uma das dez melhores salas de concerto do mundo. Com capacidade para 1.498 espectadores, dispõe de 22 camarotes no mezanino e um teto móvel que se adapta às necessidades acústicas. É sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), que realiza aos domingos, às 11h, os concertos “Matinais”, gratuitos e abertos ao público.
Conhecida como “Capital da Música”, Tatuí abriga um conservatório de renome internacional. Criado por lei estadual em 1951 e inaugurado em 1954, o Conservatório de Tatuí é considerado uma das principais escolas de música da América Latina. Anualmente, oferece mais de 100 cursos de música erudita e popular, com duração média de nove anos, atendendo mais de dois mil alunos vindos de todo o Brasil e do exterior. Em janeiro de 2007, o município recebeu oficialmente o título de Capital da Música.
Inaugurado pelo Governo de São Paulo em 1979, o Auditório Claudio Santoro é a sede do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, o maior evento de música de concerto da América Latina. Divide uma área de 35 mil metros quadrados de Mata Atlântica com o Museu Felícia Leirner. Com capacidade para 814 espectadores, dispõe de palco com fosso para orquestra, bastidores, salas de ensaio e camarins. Além do festival, recebe eventos como “Chorinho no Museu”, “Encontros com Arte” e as séries “Orquestra no Museu” e “Claudio Santoro”.
Sede da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, o Teatro Municipal “Braz Cubas” é referência em música erudita na maior cidade da Baixada Santista. Os ingressos para os concertos são gratuitos e distribuídos no dia da apresentação, com limite por pessoa. Inaugurado em 1979, dentro do Centro de Cultura Patrícia Galvão, o teatro tem capacidade para 588 espectadores. Passou por reformas em 2009, que ampliaram a plateia e modernizaram palco e iluminação.