Um trabalho de monitoramento inteligente realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) resultou no recolhimento de um veículo com histórico de infrações recorrentes na capital. O carro foi localizado no último dia 25 de agosto, na Avenida Sapopemba, zona leste de São Paulo, e removido para um pátio em São Bernardo do Campo após ação conjunta com a Polícia Militar.
O carro acumula 229 infrações desde agosto de 2024, que somam R$ 123 mil em multas e débitos. O que chama a atenção é que o valor representa quase seis vezes o preço de mercado do automóvel, avaliado em cerca de R$ 20 mil pela tabela Fipe.
Os registros das infrações, equivalentes a 1.232 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), eram encaminhados ao prontuário do antigo proprietário, morto em 2015, ano do último licenciamento. Os indícios apontam que o veículo foi comprado sem documentação, caracterizando a prática irregular do “só para rodar”.
As infrações mais comuns cometidas pelo veículo incluem excesso de velocidade (acima de 20% e também superior a 50% do limite permitido), circulação em faixa exclusiva de ônibus e condução sem uso do cinto de segurança.
Monitoramento inteligente
O caso integra um projeto piloto do Detran-SP, que utiliza análise de dados e inteligência artificial para identificar e retirar de circulação veículos com grande volume de infrações. O sistema cruza informações do último ano, permitindo filtrar reincidências e mapear padrões de circulação.
No caso do veículo recolhido, o monitoramento indicou maior frequência de deslocamentos à tarde, entre os bairros do Tatuapé, Itaquera e Itaim Paulista, todos na zona leste da capital. A partir desse mapa de calor, as informações foram repassadas à Polícia Militar, que realizou a abordagem e apreensão.
O objetivo principal da ação é retirar de circulação veículos que representam risco à segurança viária, priorizando a proteção de todos os cidadãos que compartilham o trânsito. Para ser removido do pátio, todos os débitos precisam ser quitados. Caso isso não ocorra, o veículo poderá ser listado para leilão. Nesse caso, o valor arrecadado seria encaminhado aos cofres públicos.