A produção de biometano a partir de resíduos agroindustriais avança no interior paulista e ganha espaço na estratégia de transição energética do Estado. Em agenda na região central, a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) , Natália Resende, visitou a usina da São Martinho, em Américo Brasiliense, e discutiu a expansão do combustível em encontro com empresários em Ribeirão Preto .
Em Américo Brasiliense, a secretária conheceu a usina Santa Cruz, do Grupo São Martinho, que produz biometano a partir da vinhaça gerada na produção de etanol de cana-de-açúcar. Em operação desde outubro, a unidade tem capacidade para produzir cerca de 15 milhões de metros cúbicos de biometano por safra — o equivalente a aproximadamente 70 mil metros cúbicos por dia. Parte da vinhaça biodigerida pode ser reaproveitada como adubo orgânico nos canaviais, em consonância com os princípios da economia circular.
“Com esse volume, o uso do biometano da São Martinho tem potencial para evitar a emissão de até 32 mil toneladas equivalentes de gases de efeito estufa, contribuindo de forma efetiva para a transição energética rumo a uma economia de baixo carbono”, explicou Agenor Cunha Pavan, vice-presidente e superintendente agroindustrial da São Martinho. Segundo o executivo, o biometano já está conectado ao sistema de distribuição de gás, por meio de gasoduto, atendendo a região de Ribeirão Preto e cidades do noroeste paulista, via Necta Gás Natural.
Para a secretária Natália Resende, a iniciativa de produção de biometano e sua injeção direta na rede de gás canalizado da Necta Gás representa um marco para a transição energética regional, ao promover o uso de uma fonte de energia 100% renovável e limpa. “Trata-se de uma usina, de um projeto que apoiamos e que queremos expandir em várias partes do Estado. Hoje, São Paulo se destaca em relação a outros estados, pois já conta com capacidade instalada produzindo 500 mil metros cúbicos de biometano por dia, com oito plantas autorizadas. A previsão é que esse volume chegue a 700 mil metros cúbicos até o final do próximo ano, com mais sete plantas em processo de início de produção”, afirmou.
A secretária destacou ainda que o biometano alia redução de emissões à geração de emprego e renda no interior paulista. “Esse é um caminho que fortalece a economia regional e posiciona São Paulo como referência na produção de biocombustíveis sustentáveis”, disse.
No período da tarde, a agenda seguiu para Ribeirão Preto, onde Natália Resende visitou a sede da Necta Gás Natural e participou de encontro com empresários e parlamentares. Na ocasião, foram apresentados projetos voltados à descarbonização, com destaque para a interconexão de plantas de biometano e para iniciativas focadas na logística de veículos pesados. Entre os pontos apresentados, está o plano de investimentos da companhia para o noroeste paulista, incluindo municípios como São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Ribeirão Preto, com potencial de geração de empregos diretos e indiretos. A proposta é consolidar essas cidades como polos regionais de sustentabilidade.
“A visita da secretária Natália Resende à usina Santa Cruz e o encontro com lideranças empresariais em nossa sede indicam que estamos no caminho certo: transformar resíduos em energia limpa, gerar desenvolvimento regional e criar soluções práticas para a descarbonização. A Necta está comprometida em integrar cada vez mais biometano à nossa rede, ampliando o acesso a uma fonte segura e renovável para os municípios do noroeste paulista, em total convergência com o plano de energia do Estado de São Paulo”, afirmou José Eduardo Moreira, CEO da Necta.
São Paulo concentra hoje algumas das principais iniciativas de biometano do país. Presidente Prudente tornou-se, em 2025, o primeiro município brasileiro a ser abastecido integralmente com o combustível, produzido pela Usina Cocal e comercializado pela Necta Gás Natural, a partir de investimento de R$ 12 milhões. Outro destaque é Paulínia, que abriga a maior planta de produção de biometano do Brasil a partir de resíduos sólidos urbanos. No local, resíduos de 35 municípios da região de Campinas são transformados em energia, com investimento de R$ 450 milhões da Edge, empresa do grupo Cosan.
Essas ações integram uma estratégia mais ampla de valorização de resíduos. Nesse contexto, o programa Integra Resíduos, que promove a regionalização da destinação de resíduos sólidos com foco na ampliação do aproveitamento energético e na geração de novos produtos, conta atualmente com a participação de 344 municípios.
Como resultado desse conjunto de políticas públicas e investimentos, a matriz energética paulista é composta por 59% de fontes renováveis. Na matriz elétrica, o índice chega a 96%, um dos mais elevados do mundo.
São Paulo Rodoanel Norte tem primeiro trecho liberado ao tráfego; veja como a obra vai mudar a logística de SP
São Paulo Santa Casa de Aparecida celebra 95 anos e recebe placa ‘Aqui Tem Tabela SUS Paulista’
Portos e Aeroportos Aviação brasileira bate recorde com 130 milhões de passageiros; a maior movimentação da história do país
São Paulo Restaurantes Bom Prato servirão almoços especiais nos dias de Natal e Ano Novo; veja cardápio por unidades
São Paulo Casa Paulista regulariza mais de 200 imóveis em Franco da Rocha
São Paulo Operação Verão 2025: SP reforça ações de orientação aos turistas Mín. 20° Máx. 29°
Mín. 18° Máx. 34°
Tempo nubladoMín. 18° Máx. 36°
Tempo limpo