As inscrições para o Vestibular 2026 da Fuvest (Fundação para o Vestibular) já estão abertas. Para esta edição, a USP oferece 8.147 vagas, das quais 4.888 para candidatos na modalidade Ampla Concorrência; 2.053 vagas reservadas para egressos da escola pública (EP); e 1.206 para pessoas egressas de escolas públicas autodeclaradas negras, de cor preta ou parda e indígenas (EP/PPI).
A principal novidade da edição de 2026 do vestibular é a escolha do local de prova e o lançamento do Programa Fuvest Escuta, criado em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP (IP-USP). Por meio da iniciativa, a Fuvest vai promover rodas digitais de conversa com psicólogos para até 10 mil candidatos. O objetivo é oferecer suporte emocional, orientação e técnicas de controle da ansiedade para os vestibulandos. Quem explica é o professor Gustavo Mônaco, diretor da organização.
“A primeira novidade diz respeito à possibilidade de os candidatos escolherem o local de prova. Na medida em que eles forem se inscrevendo, nós vamos formar cinco grandes blocos de candidatos e, terminado o período de inscrição, no dia 7 de outubro, a gente vai liberar as informações para cada um deles. Entre os dias 13 e 17 de outubro, eles vão poder entrar na área do candidato e escolher dentre as duas ou mais escolas na sua cidade ou na sua região da capital, aquela que ele prefere para fazer a sua prova. Quem se inscrever primeiro vai poder escolher. Na medida em que uma escola fica lotada, a gente vai tirando ela para os outros blocos de estudantes,” explica.
A indicação será realizada na Área do Candidato em lotes sucessivos, organizados de acordo com a data de confirmação da inscrição, conforme o calendário a seguir:
Os candidatos que confirmarem a inscrição mais cedo terão prioridade na escolha da escola. No dia 10 de outubro, os inscritos receberão por e-mail a informação sobre a posição no lote para a indicação do local da prova.
Mônaco explica que, nos últimos anos, as equipes responsáveis pela aplicação do vestibular identificaram um aumento significativo de crises de ansiedade no momento da prova. “A partir dessa constatação, e para promover uma ação concreta, criamos o programa”, diz o diretor sobre o Fuvest Escuta. Criado em parceria com a Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP, o programa conseguirá neste primeiro ano atender a 10 mil inscritos no vestibular. A partir da confirmação da inscrição, os primeiros 10 mil candidatos a se inscreverem no programa poderão agendar rodas de conversa com psicólogos e psicólogas que sejam mestrandos, doutorandos ou egressos do Instituto de Psicologia.
Em rodas de conversa de 20 pessoas, os vestibulandos poderão aprender técnicas para identificar sinais de que eles se encontram em uma crise de ansiedade e técnicas para reduzir o nível de estresse de forma a diminuir os efeitos dessas crises durante a realização da prova. “Este programa foi idealizado no finalzinho do ano passado, enquanto nós aplicávamos as provas, e percebemos um aumento grande no número de candidatos e candidatas que desenvolveram algum tipo de situação ligada a estresse e ansiedade. Foi uma iniciativa da Fuvest com o Programa de Psicologia Clínica do IPUSP e que agora nós vamos colocar em prática, atendendo 10 mil candidatos, aqueles 10 mil que por primeiro fizerem a inscrição no programa Fuvest Escuta, que vai estar disponível também a partir da confirmação da sua inscrição,” completa o diretor da Fuvest.
“Nós tivemos algumas mudanças razoáveis em matemática; números complexos deixa de ser um tópico do vestibular. Em outras áreas nós tivemos uma atualização. Em história, o programa anterior ia até um determinado momento, agora existe a possibilidade de cobrar situações históricas mais recentes, e isso tudo é sempre realizado com muito cuidado e muita cautela pela Fuvest e pela USP, para que não haja surpresa para os candidatos,” complementa ele. Na primeira fase, a grande novidade é a entrada dos conteúdos de sociologia, filosofia, arte e educação física – temas que já vinham sendo desenvolvidos no ensino médio há bastante tempo e que agora oficialmente entram para o programa do vestibular e poderão ser cobrados no exame.
Na segunda fase, as mudanças são relativas à redação. Neste ano, a grande novidade é que a redação poderá ser cobrada em qualquer gênero textual, e não mais apenas a dissertação em modelo tradicional. Mônaco complementa dizendo que “haverá, como sempre, um conjunto de textos de linguagem textual e não textual: imagens, gráficos, figuras etc., e haverá duas propostas sobre o mesmo assunto contido nesses textos de apoio. Vai haver a possibilidade de o candidato desenvolver a tradicional dissertação, ou que ele faça o outro gênero textual de natureza narrativa, aí pode ser um conto, uma crônica, um discurso, eventualmente uma carta, um e-mail etc. Isso vai então permitir ao candidato desenvolver o texto que ele entender ter a maior habilidade, mas a temática de fundo é a mesma”.
Nas nove leituras obrigatórias da Fuvest 2026, todas as escritoras são mulheres. “São obras literárias e não literárias escritas por mulheres ao longo dos séculos 19, 20 e 21. São textos de muita qualidade, escritoras que ganharam prêmios muito importantes da língua portuguesa, seja o Prêmio Camões, seja o Prêmio Oceanos,” diz o diretor da Fuvest. Ele salienta ainda que as obras das escritoras brasileiras, portuguesas, moçambicanas e angolanas podem ser objeto de questões tanto da primeira quanto da segunda fase.
Abaixo, a lista das obras obrigatórias da edição 2026 da Fuvest: Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta; Nebulosas (1872) – Narcisa Amália; Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida; Caminho de Pedras (1937) – Rachel de Queiroz; O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen; As Meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles; Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane; Canção para Ninar Menino Grande (2018) – Conceição Evaristo; A Visão das Plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida.
Gustavo explica o funcionamento da banca de heteroidentificação para a confirmação dos ingressantes por cotas: “A USP, depois que recebe a lista dos aprovados, constitui uma banca de heteroidentificação. Essa banca olha as fotografias, seja a fotografia que o candidato colocou no sistema no dia da inscrição, sejam as fotografias que nós tiramos para fins de reconhecimento facial na aplicação das provas da primeira e da segunda fase. A banca olha e, quando ela não tem dúvidas acerca do pertencimento das pessoas negras de cor preta ou parda, ela já dá o ok e essas pessoas estão dispensadas. No caso dos indígenas, a possibilidade é de comprovarem a sua condição por documentos; o que pode ser o Rani, que é um registro expedido pela Funai para as pessoas que pertençam a tribos indígenas, ou então outros documentos. Aí tem a possibilidade de apresentação de uma declaração do pajé, do xamã ou de qualquer outra liderança indígena de que aquela pessoa é egressa de uma aldeia, frequenta aquela aldeia, vive naquela aldeia etc”.
Havendo dúvida na heteroidentificação, a banca pode convocar o candidato para uma entrevista que acontece de maneira on-line, intermediada pela plataforma.
Para mais informações, os candidatos devem visitar o site oficial da Fuvest
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