A capacidade de imitar uma cobra peçonhenta para enganar predadores não é exclusividade das falsas-corais, que simulam o desenho em anéis e as cores vermelha e preta da perigosa coral-verdadeira. Outras mestres do disfarce são as falsas-jararacas, um grupo heterogêneo que reúne cerca de 30 espécies de cobras presentes em todo o Brasil. Como o nome já diz, elas se assemelham às serpentes do gênero Bothrops e Bothrocophias, conhecidas como jararacas e responsáveis por 78% dos acidentes ofídicos no país. Por esse motivo, podem despertar medo, mas são inofensivas para o ser humano.
As falsas-jararacas são cobras não peçonhentas e não agressivas, em sua maioria. Elas pertencem aos gêneros Dipsas, Thamnodynastes e Xenodon. As semelhanças com a jararaca estão no padrão de listras e nas cores, que variam entre cinza, verde, amarelo e marrom. Porém, em muitos casos, fatores como o tamanho do corpo e o formato da cabeça podem ajudar a diferenciá-las.
A imitadora mais famosa é a boipeva (Xenodon neuwiedii), também chamada de cobra-chata. Ela tem esse nome por ter o costume de achatar o corpo quando se sente ameaçada, o que a faz parecer maior. Costuma se alimentar de sapos e pode ser encontrada em pastagens, plantações e, às vezes, em áreas urbanas. Além de desenhos semelhantes no corpo, a boipeva tem uma listra escura próxima aos olhos assim como a jararaca – quase como um “delineado”. Mas seu comprimento médio é de apenas 50 cm, enquanto a jararaca pode chegar a 1,5 metro.

As dormideiras, como a Dipsas bothropoides, também são frequentemente confundidas com jararacas por terem as mesmas cores e um desenho muito parecido no corpo. Mas são serpentes pequenas e dóceis, que não passam de 50 cm de tamanho, e levam esse nome por serem letárgicas e tranquilas. Inclusive, a dormideira com certeza terá mais medo de você, do que você dela: ela tem o costume de se fingir de morta se alguém se aproxima ou tenta segurá-la. As Dipsas podem ser encontradas em plantações e sua dieta principal são lesmas e caracóis.

Outra falsa-jararaca é a cobra-espada (Tomodon dorsatus), que também tem o costume de achatar o corpo. Diferente das outras imitadoras, ela é considerada agressiva e predadora. É uma espécie que possui veneno, mas sua picada não é grave para seres humanos e provoca somente sintomas locais, como dor e inchaço – enquanto a jararaca real pode causar sangramentos e problemas mais graves. A cobra-espada habita áreas abertas e matas e também gosta de se alimentar de lesmas.

Vale lembrar que, independentemente de ser peçonhenta ou não peçonhenta, ser dócil ou ter um temperamento agressivo, o recomendado ao avistar uma cobra de qualquer espécie é se afastar e respeitar o espaço do animal. Caso ele seja encontrado em ambiente urbano, você pode informar as autoridades locais para ajudar a prevenir acidentes.
No Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan, você pode ver de perto uma jararaca e uma de suas imitadoras, a cobra-espada.

Tanto as falsas-jararacas como as falsas-corais são animais que se aproveitam de uma característica evolutiva chamada de mimetismo . Esse é um recurso de defesa usado para enganar predadores e mantê-los afastados, imitando uma espécie mais perigosa.
As imitadoras podem ocorrer não só nos mesmos ambientes onde a sua “versão verdadeira” habita, mas também se distribuir por diferentes regiões geográficas e se beneficiar dessa condição, aumentando suas chances de sobrevivência.
São Paulo Biópsia líquida avança como ferramenta para detectar mutações em câncer de pulmão
São Paulo Ferramentas de metrologia melhoram análise de cachaça e vodca em laboratórios
São Paulo Abre e fecha no Natal: confira o funcionamento dos serviços estaduais
Geral Nacional celebra espírito natalino no Especial de Domingo
São Paulo Dispositivo inteligente lembra idoso de tomar remédio e vigia a ingestão
São Paulo Entenda como o Rodoanel Norte vai tirar os caminhões das vias urbanas e desafogar a marginal Tietê Mín. 18° Máx. 31°
Mín. 16° Máx. 31°
Chuvas esparsasMín. 17° Máx. 32°
Parcialmente nublado