O Estado de São Paulo avançou na produção de combustíveis sustentáveis, como biometano e hidrogênio, e reforçou seu papel pioneiro na transição energética. Atualmente, o estado conta com oito plantas de produção de biometano autorizadas, que produzem cerca de 500 mil metros cúbicos por dia (m³/dia), valor que deve aumentar no próximo ano.
São Paulo tem outras sete unidades em fase de autorização junto a órgãos federais. Quando em operação, as unidades poderão adicionar 257 mil m³/dia à capacidade instalada. Com isso, São Paulo se prepara para superar a marca de 700 mil m³/dia até dezembro de 2026, dentro de um potencial técnico de produção estimado em 6,4 milhões de m³/dia.
O biometano é um biocombustível gasoso obtido a partir do processamento do biogás e desempenha papel estratégico na transição energética. Trata-se de uma alternativa renovável, segura e eficiente para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), além de contribuir para a descarbonização de setores como a indústria e o transporte.
No Estado de São Paulo, Presidente Prudente tornou-se, em 2025, o primeiro município do país a ser abastecido integralmente com biometano, produzido pela Usina Cocal e comercializado pela concessionária Necta, a partir de um investimento de R$ 12 milhões.
Outro destaque é Paulínia, que abriga a maior planta de produção de biometano do Brasil a partir de resíduos sólidos urbanos. Na instalação do Ecoparque da Orizon VR, resíduos de 35 municípios da região de Campinas são transformados em energia com investimento de R$ 450 milhões, resultado de uma parceria entre a Orizon e a Edge, empresa do grupo Cosan.
Essas iniciativas se articulam a uma estratégia mais ampla de valorização de resíduos. Nesse contexto, o programa Integra Resíduos, que promove a regionalização da destinação de resíduos sólidos para ampliar o aproveitamento energético e a geração de novos produtos, avança com a participação de 344 municípios.
Como resultado desse conjunto de políticas e investimentos, a matriz energética paulista conta atualmente com 59% de energia proveniente de fontes renováveis, podendo ser considerada uma das mais limpas do mundo. O percentual supera a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 13%, e a média nacional brasileira, de 50%. Na matriz elétrica, o desempenho é ainda mais expressivo: 96% da energia consumida em São Paulo é de origem renovável.
De acordo com estudo realizado pela Copersucar e lançado em outubro deste ano, São Paulo concentra atualmente 40% da capacidade instalada de produção de biometano do País e 31% dos projetos de expansão em andamento. No longo prazo, o Estado pode atingir um potencial produtivo de até 36 milhões de metros cúbicos por dia, volume suficiente para substituir integralmente o consumo industrial de gás natural em São Paulo ou até 85% do diesel consumido no território paulista.
A pesquisa da Copersucar baseou-se em análises recentes sobre o mercado de biometano no Brasil e seus potenciais de desenvolvimento, tendo como fontes entidades setoriais, como a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), além de órgãos e bases nacionais, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Balanço Energético do Estado de São Paulo (BEESP 2024), elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística ( Semil ).
O levantamento também considerou dados do “Estudo para o desenvolvimento do potencial de biogás e de biometano no Estado de São Paulo, com proposição de medidas de políticas públicas e regulação”, elaborado por um consórcio de consultorias contratadas pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com apoio técnico e institucional da Semil.
O estudo indica que o avanço do setor pode resultar na criação de cerca de 20 mil novos empregos, impulsionando uma nova cadeia industrial de equipamentos e serviços. Entre os ganhos adicionais, destaca-se a substituição parcial de combustíveis no transporte, com potencial de redução de até 16% nas emissões de carbono em comparação ao óleo diesel.
Em São Paulo, o biometano já é utilizado como insumo na produção de fertilizantes, fonte de energia em processos industriais e combustível para frotas de transporte de cargas e passageiros. Segundo o levantamento da Copersucar, mais da metade do potencial produtivo paulista está concentrada no setor sucroenergético, que aproveita resíduos da produção de açúcar e etanol — como vinhaça, torta de filtro, bagaço e palha — para a geração de biogás e biometano.
O setor apresenta potencial de produção de até 5,5 milhões de metros cúbicos por dia até 2030, o que pode atender à própria demanda energética das usinas, reduzindo custos operacionais, emissões de gases de efeito estufa e a dependência de combustíveis fósseis.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é responsável por autorizar e fiscalizar as operações das plantas de biometano, além de estabelecer os padrões de qualidade para sua produção e distribuição. Para obtenção da autorização, as empresas devem protocolar junto à ANP um comunicado com as informações técnicas do projeto antes da construção ou modificação da unidade produtora. As autorizações são concedidas mediante o cumprimento das normas regulatórias e dos requisitos técnicos estabelecidos.
Dados do “Painel Dinâmico de Produtores de Biometano”, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) — ferramenta que apresenta um mapa em tempo real com a localização de todos os produtores regulados pela agência — indicam que, atualmente, o Brasil conta com 17 plantas autorizadas a produzir biometano.
A produção tem origem tanto em aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto (a partir da purificação do biogás captado), quanto em produtos e resíduos orgânicos agrossilvopastoris — provenientes de atividades agrícolas, silviculturais, florestais e pecuárias — além de resíduos comerciais e do setor sucroenergético.
Desse total, São Paulo concentra o maior número de plantas autorizadas pela ANP: são oito unidades em operação, sendo metade com produção a partir de aterros sanitários, o que resulta em uma produção de cerca de 500 mil metros cúbicos de biometano por dia. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com duas plantas em operação cada, segundo dados da ANP.
Ainda de acordo com o Painel Dinâmico, há 42 plantas em processo de instalação no Brasil, concentradas principalmente nas regiões Sul e Sudeste. São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul lideram o número de projetos em andamento. No caso paulista, sete plantas estão em fase de implementação, sendo que cinco delas têm previsão de conclusão das obras até dezembro de 2026.
“São Paulo tem vocação para produzir e fomentar o biometano, um energético estratégico e essencial para a transição energética. O Estado reúne economia forte, infraestrutura robusta, mão de obra qualificada, proximidade com mercados consumidores e oferta de energia acessível, segura e limpa. Esse conjunto de fatores amplia a competitividade da indústria, promove sustentabilidade e atrai investimentos para a fabricação de produtos sustentáveis, com ganhos ambientais e sociais”, analisa Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo.
Segundo a secretária, o Estado tem capacidade de produzir cerca de 6,4 milhões de metros cúbicos de biometano por dia, volume equivalente a 40% do consumo total de gás natural e 25% do consumo de óleo diesel do setor de transportes paulista. “Desse total, 84% provêm do setor sucroenergético e 16% de aterros sanitários. Os projetos de biometano envolvem investimentos significativos e estão se multiplicando em São Paulo, que, também neste setor, se posiciona na vanguarda da transição energética nacional e global”, conclui Natália Resende.
O estudo da Copersucar também estimou os investimentos necessários para impulsionar ainda mais o desenvolvimento do biometano em São Paulo. Estão previstos cerca de R$ 120 bilhões destinados à substituição de frotas e à implantação de novos projetos de produção de biometano. Além disso, o levantamento aponta a necessidade de aproximadamente R$ 3 bilhões para a expansão da malha de gasodutos no Estado.
Em dezembro de 2024, o Governo de São Paulo anunciou novos procedimentos para o licenciamento ambiental de unidades de geração de biogás e biometano no Estado. As diretrizes contemplam uma ampla gama de atividades agropecuárias, incluindo avicultura, suinocultura, bovinocultura, frigoríficos e abatedouros. Com a padronização, os produtores passam a contar com maior celeridade na obtenção das autorizações para a instalação de empreendimentos voltados à produção de combustíveis renováveis, favorecendo a atração de investimentos para o setor.
Os novos procedimentos foram definidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), braço executivo das políticas ambientais da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), a partir de uma ação conjunta com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
“A estruturação desse procedimento deixa claro e transparente aos agentes o que é necessário para investir no segmento de biometano em São Paulo. Com previsibilidade, reduzimos riscos e alcançamos prazos cada vez mais curtos para a obtenção das autorizações, o que evidencia a capacidade de resposta da CETESB e a importância das iniciativas do Governo do Estado”, afirmou o diretor de Energia da Semil, Danilo Perecin.
Em julho deste ano, a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) abriu chamada pública para receber contribuições sobre mecanismos regulatórios destinados a viabilizar a infraestrutura de conexão de produtores de biometano ao sistema de distribuição de gás canalizado do Estado.
As contribuições irão subsidiar a Agência na definição de ações voltadas à proposição de normas para o aproveitamento do potencial de biometano paulista, bem como de mecanismos de tarifação que viabilizem a entrada e o escoamento do biogás na rede de distribuição de gás canalizado.
Durante a Semana do Meio Ambiente deste ano, a Semil, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e a InvestSP — agência de promoção de investimentos vinculada à SDE — lançou a versão para celular da plataforma Conecta Biometano SP. O aplicativo está disponível para download gratuito nas lojas virtuais Google Play e Apple Store.
O serviço foi desenvolvido para facilitar a conexão entre os diferentes agentes da cadeia de biogás e biometano, com o objetivo de viabilizar novos projetos. Trata-se de mais uma iniciativa do Governo de São Paulo voltada ao incentivo à transição energética.
Por meio da plataforma, podem se cadastrar produtores de biometano, comercializadores, prestadores de serviços, fornecedores de equipamentos e instituições financeiras que atuam no financiamento desses projetos. O biometano é uma das apostas do Estado para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), especialmente considerando que São Paulo é o maior produtor nacional de etanol — cujo processo gera vinhaça, resíduo utilizado como matéria-prima para a produção de biometano, uma das alternativas mais viáveis para a descarbonização da indústria e do transporte pesado nos próximos anos.
Desde o lançamento, o aplicativo já contabiliza mais de 120 cadastros, reunindo produtores, comercializadores, transportadores, consultores, prestadores de serviços, fornecedores de equipamentos, instituições de ciência e tecnologia, bancos, entre outros stakeholders do setor.
A Semil firmou parceria internacional com o Swedfund, instituição financeira de desenvolvimento da Suécia. O objetivo é realizar estudos técnicos para dimensionar e estimar investimentos em novos gasodutos de distribuição de biometano, além de avaliar o potencial de recuperação do digestato — subproduto rico em nutrientes gerado na digestão anaeróbica — e propor modelos de negócio para a produção e comercialização de biofertilizantes orgânicos em plantas de biometano no Estado de São Paulo.
Em outra iniciativa, firmada durante a Semana do Meio Ambiente, a Semil assinou parceria com a World Biogas Association (WBA) — associação global dos setores de biogás e digestão anaeróbica — com foco no fortalecimento da indústria de biogás no Estado. O acordo prevê a definição e implementação de políticas, regulamentações e padrões para ampliar o uso de energias renováveis, reduzir emissões de GEE e estimular a produção de biogás e biometano.
Também em julho deste ano, a Semil lançou uma consulta pública, na modalidade de Tomada de Subsídios, para avaliar a viabilidade de instituir o Certificado de Garantia de Origem do Biometano Paulista. Com a iniciativa, São Paulo poderá se tornar o primeiro estado brasileiro a fomentar o mercado do atributo ambiental do biometano por meio de um instrumento voluntário e economicamente competitivo, alinhado às diretrizes do CGOB federal.
A consulta teve como objetivo coletar contribuições de agentes do setor e demais interessados para a construção de um mecanismo que assegure segurança jurídica e robustez na contabilização do atributo ambiental do biometano no Estado. Ao todo, a Semil recebeu 184 contribuições, provenientes de 18 instituições.
Nos últimos 3 anos, o Governo de São Paulo atuou com coragem para enfrentar gargalos históricos, retomando obras inacabadas e implementando projetos históricos e inéditos que vão deixar legado para a população. Os resultados antes considerados impossíveis saíram do papel para fazer a diferença: a entrega da primeira etapa do Rodoanel Norte, o funcionamento da Linha 17-Ouro de metrô prevista para março, o início do projeto do Túnel Imerso Santos-Guarujá, o fim da Cracolândia no centro da capital, a inclusão de 2 milhões de pessoas na rede de água e outras 3 milhões com esgoto tratado após a desestatização da Sabesp , as 76 mil casas próprias entregues e outras 110 mil em produção, o recorde de 3,5 milhões de cirurgias eletivas na saúde, os R$ 8 bilhões investidos em 800 Santas Casas e instituições de saúde com a Tabela SUS Paulista, as 46 mil vagas em universidades com o Provão Paulista e 2 mil intercâmbios internacionais com o Prontos Pro Mundo, a menor taxa de homicídios da história e as quedas recordes em latrocínios e roubos em 2025, entre outros. Com coragem pra fazer o impossível, São Paulo segue na direção certa!
Saiba mais em: coragemprafazeroimpossivel.sp.gov.br
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