A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes aprovou nesta terça-feira, 4 de novembro de 2025, a Moção nº 202/2025, que manifesta oposição à implantação de praças de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra (SP-88) e Mogi-Bertioga (SP-98). A proposta, assinada pela totalidade dos vereadores, expressa a preocupação com os impactos econômicos e de mobilidade para a população mogiana e região.
Destinatários e pedido de isenção
Encaminhada ao governador Tarcísio de Freitas e à Artesp, a moção solicita a reavaliação da medida. Caso a suspensão não ocorra, o texto pede isenção integral para veículos registrados no município, residentes e trabalhadores com atividade permanente em Mogi, de modo a mitigar prejuízos. Cópias também serão remetidas à prefeita Mara Bertaiolli, ao vice-prefeito Téo Cusatis e aos deputados estaduais André do Prado e Marcos Damásio.
Argumentos dos vereadores na sessão
Durante a discussão, parlamentares relataram preocupação com o uso cotidiano das rodovias por trabalhadores, estudantes e prestadores de serviço, bem como com o impacto econômico sobre setores produtivos e o deslocamento entre bairros e municípios vizinhos.
Declarações em plenário
“Tenho 20 anos de Câmara e não me lembro de ter ocorrido um ato de desagravo como o de hoje. (...) Amigos do condomínio Monterey estão se sentindo ilhados.” — Mauro Araújo (MDB).
“Isentar a população mogiana é o mínimo.” — Maurinho do Despachante (PRD).
“O pedágio é uma exploração do povo.” — Inês Paz (PSOL).
“Nossa economia está sob ameaça. Dia 1º de novembro será lembrado como o dia da aberração, quando a cobrança foi iniciada.” — Vitor Emori (PL).
“Juntamos um abaixo-assinado com mais de 5 mil assinaturas. Está confirmado que os mogianos dizem não ao pedágio.” — Clodoaldo de Moraes (PL).
“É revoltante pagar dois pedágios. (...) O impacto na economia é grande, sobretudo para caminhões e produtos agrícolas.” — Felipe Lintz (PL).
Atos de repúdio e manifestações regionais
A sessão foi suspensa para pronunciamentos de representantes de outras Câmaras e entidades. A presidente da Câmara de Arujá, professora Cris (PSD), e o presidente da Câmara de Salesópolis, Lourenço Junior (Pode), relataram efeitos adversos para seus municípios. Representantes do Sincomércio e do Sindicato Rural de Mogi também se manifestaram.
Encaminhamentos
Com a aprovação, a Moção será encaminhada ao Governo do Estado, à Artesp e às autoridades locais e estaduais citadas. A Câmara informou que seguirá acompanhando o tema e reforçando o diálogo institucional em defesa dos interesses dos munícipes.