Geral São Paulo
Exportação de amendoim registra marca história de 180 mil toneladas
São Paulo é o maior produtor nacional, responsável por 86% da produção do país e o principal exportador da leguminosa
06/10/2025 15h32
Por: Redação Fonte: Secom SP

A exportação de amendoim brasileiro registrou uma marca histórica, em 2025, depois de um período de forte retração. Somente de janeiro a agosto deste ano, conforme o levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA – Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), foram comercializadas mais de 180 mil toneladas (t), com um faturamento de US$222 milhões. Volume que representa um crescimento exponencial de 26%, em comparação ao mesmo período de 2024.

Vale destacar que a safra atual exportada foi de 100% de grãos paulistas. Os principais destinos foram, respectivamente, para Rússia (22%); China (21%); Argélia (11%) e Países Baixos (7%), que servem como a principal porta de entrada para o bloco europeu. O aumento considerável de envio para o mercado chinês, (35 mil t), em um intervalo curto de tempo, chama atenção de representantes do setor.

Para a pesquisadora do IEA, Renata Martins Sampaio, a necessidade de abastecimento do mercado interno da China foi crucial para o aumento das exportações brasileiras. “Ela é a principal produtora mundial de amendoim, responde por pouco mais de 35% do total produzido. Da mesma forma, também é o maior consumidor mundial. Sendo assim, a produção chinesa não foi o suficiente para suprir o seu consumo interno”, destacou Renata Martins Sampaio.

Atualmente, a produção nacional é de aproximadamente 1 milhão de toneladas do produto para o mercado de confeitaria e de óleo, colocando o Brasil como o sexto maior exportador de grãos de alta qualidade.

Outro destaque da safra 2024/2025 foi o avanço expressivo das exportações de óleo de amendoim, que cresceram mais de 170%, somando 98 mil toneladas destinadas principalmente à China (87%) e à Itália (13%). O produto, considerado uma verdadeira iguaria pelo sabor marcante, pureza e qualidades nutricionais, ganhou ainda mais espaço no mercado internacional. “O óleo é naturalmente rico em gorduras poli-insaturadas, especialmente o Ômega 6, que contribui para o fortalecimento do sistema imunológico e para a saúde cardiovascular. Também oferece vitamina E, essencial para a proteção celular, além de antioxidantes como o resveratrol, substância associada à prevenção de doenças como o Alzheimer”, explica a nutricionista Sizele Rodrigues, da Diretoria de Segurança Alimentar (Cosali), ligada à SAA.

As variedades de amendoim desenvolvidas pelo programa de melhoramento genético do IAC ocupam aproximadamente 80 % das lavouras paulistas

Cenário estadual

Vale destacar que São Paulo é o maior produtor nacional, responsável por cerca de 86% da produção do país e o principal exportador da leguminosa. De acordo com o IEA, o estado produz, em média, mais de 700 mil toneladas por ano. Sendo que as principais regiões produtoras são, respectivamente, os municípios de Tupã (13,6%), Marília (12,7%) e Jaboticabal (12,2%).

Para o secretário executivo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Alberto Amorim, o desempenho do amendoim paulista é resultado da soma entre pesquisa, inovação e governança setorial. “O setor do amendoim é motivo de orgulho para o agro paulista, não apenas pelos números históricos de produção e exportação, mas pela sólida base científica construída pelo Instituto Agronômico (IAC-Apta), responsável por variedades que transformaram a competitividade da cultura. Esse avanço só foi possível graças à atuação incansável da Câmara Setorial do Amendoim, que há mais de 10 anos lidera, de forma exemplar, o desenvolvimento e a integração desta cadeia produtiva em nosso Estado”, frisou o secretário executivo.

O IAC é uma referência em pesquisas com amendoim no Brasil. “O programa de melhoramento genético de amendoim do IAC , de Campinas, é de renome internacional e é o responsável por 80% das variedades cultivadas de amendoim no Brasil”, afirma Ignácio José de Godoy, pesquisador do IAC.

Essas variedades foram criadas para beneficiar os produtores, com alta produtividade e resistência a doenças e pragas, bem como para melhorar a qualidade do produto, tornando-o mais competitivo principalmente no mercado externo. As áreas de pesquisa do IAC com o amendoim abrangem o melhoramento genético, técnicas para o controle de pragas e doenças e para o manejo sustentável do solo.