Nesta quarta-feira (3), o Programa TransplantAR – Aviação Solidária , do Governo de São Paulo, foi o vencedor na categoria Justiça e Cidadania da 22ª edição do Prêmio Innovare, uma das mais tradicionais premiações do país dedicadas a iniciativas que fortalecem a cidadania, aprimoram políticas públicas e impulsionam a inovação no sistema de justiça.
A parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) e o Instituto Brasileiro de Aviação (IBA), lançada em setembro de 2024, reúne esforços para acelerar o resgate e o transporte de órgãos em todo o País. Pelo programa, proprietários de aeronaves privadas podem doar horas de voo para apoiar a captação e o deslocamento de equipes médicas e órgãos destinados a transplantes, ampliando a chance de sucesso na realização dos procedimentos cirúrgicos.
“O reconhecimento pelo Prêmio Innovare reforça que inovação e solidariedade podem caminhar juntas. O TransplantAR nasceu para encurtar distâncias e ampliar as chances de vida. Cada voo é mais do que logística, é esperança para milhares de pacientes que aguardam por um órgão”, celebra Eudes Quintino, chefe de gabinete da SES-SP e um dos idealizadores da iniciativa.
O programa tem colocado a aviação privada a serviço da vida, fortalecendo a logística de captação e transporte de órgãos no estado. Desde sua implementação, já foram realizados 71 voos, garantindo mais agilidade às equipes médicas e ampliando as chances dos pacientes que aguardam por um transplante.
Por meio do programa, já foram transplantados mais de 74 órgãos, sendo 46 corações, 14 pulmões, 13 fígados e um pâncreas.
O reconhecimento no Prêmio Innovare reforça o compromisso de São Paulo com políticas públicas inovadoras e com a expansão da rede de transplantes, uma das áreas mais sensíveis e transformadoras da saúde pública.
A iniciativa pioneira não acarreta custos aos cofres públicos e utiliza aeronaves privadas, que frequentemente permanecem paradas em hangares, para realizar os deslocamentos. O IBA é responsável por selecionar os proprietários dos veículos aéreos que estejam dispostos a doar horas de voo para o programa.
Helicópteros, turboélices e jatos particulares autorizados pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) são utilizados de forma voluntária pelo programa. Essas aeronaves são mais ágeis que os voos comerciais, o que é crucial para o transporte de órgãos como o coração e o pulmão, que precisam ser transplantados em até quatro horas, e o fígado, em até 12 horas após a captação.
Pelo programa, a Central de Transplantes aciona o IBA quando instituições/equipes de transplante precisarem de apoio aéreo para realizarem o deslocamento até o local onde se encontra o potencial doador. A iniciativa visa ampliar a frota de aeronaves solidárias, facilitando o deslocamento de equipes para a captação de órgãos em áreas remotas, reduzindo a perda de órgãos por problemas logísticos.
Neste ano, cerca de 27 mil pessoas aguardavam por um transplante de órgãos ou tecidos no estado de São Paulo. Responsável por 31% de todos os procedimentos realizados no país, São Paulo segue como referência nacional na área. Até o mês de outubro, foram realizados 6.641 transplantes em todo o estado.